terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dias de Paraíso - 1978


O interesse do diretor Terence Malick no cinema como uma experiência imagética, quase sensorial, provavelmente atingiu o seu ápice com esse fime, o segundo de sua curta filmografia, famosa pelos longos hiatos entre uma obra e outra.

Ao se comentar sobre esse filme, a primeira coisa que logo vem a cabeça é a fotografia magnífica do cubano Néstor Almendros, talvez uma das mais belas da história do cinema. Ele e Malick optaram por realizar as filmagens somente nas chamadas "horas mágicas" do dia, quando a luz apresenta uma nebulosidade única.

A estória apresenta um triângulo amoroso, mas que se diferencia de outras representações por ser narrado através dos olhos de uma criança, o que proporciona um olhar neutro sobre os fatos, um misto de curiosidade e inocência.

No fim, a trama ganha contornos bíblicos, com uma série de pragas que remetem ao Velho Testamento, culminando em um desfecho trágico.

Um belo filme sobre os caprichos da natureza humana e, talvez olhando de forma mais profunda, sobre o nosso lugar no mundo.